Os recordes nas altas do dólar não têm assustado corretores e investidores amazonenses nas negociações de imóveis em cidades dos Estados Unidos da América (EUA), como Miami e Orlando, no sul do Estado da Flórida.

No momento que a moeda norte-americana já ultrapassa os R$ 3,25, especialistas afirmam que, no mercado de imóveis, as variações do câmbio apenas se somarão à valorização média de 15%, ao ano, que o setor terá com o crescimento da economia americana, cujas previsões apontam que se estenderá pelos próximos quatro anos.

Conforme o sócio proprietário da C & I Castro Imóveis, Jorge Ayub, no momento em que começaram a ocorrer as constantes altas do dólar, ficou por parte dos novos investidores o sentimento de arrependimento por não ter fechado o negócio enquanto o dólar não havia ultrapassado a barreira dos R$ 3.

Ao converter hoje o câmbio, de acordo com o corretor, o imóvel em Miami, por exemplo, custará 30% mais caro se comparado ao período anterior à subida da moeda norte-americana.

Contudo, na avaliação de Ayub, o investidor mais experiente enxerga lucro na aquisição de um imóvel nas terras do Tio Sam ao se atentar para a valorização da economia daquele país, bem como da sua moeda. “Analistas dizem que o dólar subirá mais até o final do ano”, afirmou.

Somente com a valorização da economia norte-americana, o especialista faz a conta que, em um ano, um imóvel de US$ 300 mil custará de US$ 350 a US$ 380 mil. “Esse resultado sem levar em conta o câmbio. Com o dólar, será uma nova valorização no investimento”, apontou.

Apesar da alta do dólar, Ayub estima que neste ano a procura por lançamentos de casas e apartamentos, bem como por imóveis prontos, deve superar em 20% os negócios fechados em relação ao ano passado.

Há quatro anos no setor imobiliário, com vendas de imóveis nos EUA, Ayub lembrou que, quando começou no segmento, o dólar era vendido a R$ 1,90. Dois anos depois, a moeda norte-americana passou a R$ 2,30, até chegar a mais de R$ 2,40. Hoje, R$ 3,20, ele afirmou que o volume de negócios fechados se mantém em crescimento.

A explicação para a manutenção do ritmo de negócios em terras norte-americanas está no cliente da imobiliária, conforme Ayub, que é essencialmente investidor, e na expectativa de valorização do setor imobiliário nas terras do Tio Sam, para 2015 e 2016.

“Quem comprou lá atrás pagou num dólar mais barato e por isso está morto de feliz. Mas quem compra agora um pouco mais caro não terá prejuízo por conta das expectativas de valorização do setor nos Estados Unidos”, comentou.

Por Emerson Quaresma (equipe EM TEMPO)