A tecnologia tem sido cada vez mais uma aposta das construtoras para atrair clientes e atenuar a crise, seja para o interessado ter uma ideia perfeita do empreendimento – mesmo ainda na planta – ou se surpreender com uma conta mais baixa de condomínio.
Há duas semanas, a construtora Copema Empreendimentos ganhou um aliado para alavancar as vendas do seu mais recente lançamento: a realidade virtual, item que vem impulsionando a venda de unidades de um edifício na planta a ser construído no Jardim Itamarati (zona Sul). Já a Hugo engenharia opta pela tecnologia como aliada na construção do empreendimento e assim tenta atrair a atenção dos compradores (leia mais abaixo).
Para o economista José Rita Moreira, as empresas que não tem um diferencial ficam par trás e “a criatividade é um ingrediente que faz a diferença nos negócios”.
Óculos 3D
Utilizando um óculos com visão em 360 graus, é possível fazer um tour nos dois modelos decorados de apartamentos e simular a vista da sacada de unidades localizadas no 5º, 10º, 15º, 18º e 22º andares. As imagens foram registradas por um drone.
“O cliente pode vivenciar a experiência de conhecer o apartamento onde quer que ele esteja, utilizando os óculos. Na semana da Agrishow nossa equipe percorreu bares e restaurantes com os óculos e conseguimos atrair nove visitas de clientes ao estande de vendas”, comemora Donato Leão, coordenador de marketing da Copema Empreendimentos.
“É algo muito novo e surpreendente para quem experimenta, dando ainda mais segurança e conforto para os futuros compradores de um imóvel na planta”, acrescenta Augusto Collaço, diretor comercial da Copema.
No ano passado, a construtora produziu vídeos em 360 graus para divulgar um edifício no bairro Santa Cruz (zona Sul) e possibilitou um passeio virtual pelo apartamento decorado. O cliente pôde navegar pela unidade e conhecer detalhes do empreendimento somente com um clique no celular ou no mouse. A mesma tecnologia também está sendo utilizada na divulgação do edifício no Jardim Itamarati.
A tecnologia também proporciona mostrar o empreendimento por 24 horas aos clientes. Todos os dias, das 19h às 7h, imagens e informações do edifício no Jardim Itamarati são projetadas na fachada do estande por um projetor instalado no interior do local, enquanto o estande de vendas está fechado.
Tecnologia faz baixar projeção do valor do condomínio
Os futuros moradores do empreendimento lançado pela Hugo Engenharia no Alto do Jardim Botânico, zona Sul, devem ter uma economia substancial no valor do condomínio. É que o prédio terá recursos sustentáveis com a implantação de um sistema de geração de energia elétrica por meio da luz solar. O resultado: uma economia de 40% no consumo de energia da área comum.
Além disso, haverá um sistema de captação de água condensada do ar-condicionado (split) a ser utilizada na irrigação dos jardins ou na limpeza de áreas comuns.
Para se ter uma ideia, somente um aparelho ar-condicionado ligado a noite toda pode gerar de 8 a 15 litros de água de condensação – ao todo serão 149 apartamentos, o que totalizaria mais de 2 mil litros por noite.
Segundo Hilton Hugo da Silva Fabbri, diretor da Hugo Engenharia, esses dois quesitos estão alinhados com a sustentabilidade ambiental, pois a energia solar e o reuso de água não causam nenhum impacto ambiental.
“A atenção no mundo corporativo e na sociedade como um todo está voltada para novas tecnologias e projetos sustentáveis. Desde o ano passado, todos os empreendimentos lançados pela Hugo Engenharia contam com esses recursos sustentáveis que acabam se tornando um diferencial ao agregar valor tanto pela questão ambiental como econômica”, destaca.
ANÁLISE > Criatividade e tecnologia são essenciais
Independentemente da crise, a criatividade é um ingrediente que faz a diferença nos negócios. O uso de maior criatividade e de mais tecnologia é essencial frente a um mercado cada vez mais exigente, mais conhecedor e mais questionador. As empresas devem se diferenciar para conquistar os poucos clientes por conta da crise. Se antes já era importante mostrar diferenciais, agora essa postura chega a ser essencial, pois as oportunidades no setor de imóveis são muitas e a procura é menor. Por outro lado, o uso de maior tecnologia na compra proporciona maior segurança ao cliente, e o caminho deve ser esse. Quem se mantiver estático, sem fazer nada, será passado para trás.
José Rita Moreira, economista e consultor financeiro
