Quem não tem fôlego financeiro para reformar ou decorar o imóvel ou até para finalizar a construção da unidade, pode contratar empréstimos para essas finalidades.

Essas linhas de crédito são oferecidas por bancos de grande e médio porte, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Citi, Banrisul e Banco Pan, de acordo com levantamento feito por EXAME.com.

Dentre essas sete instituições financeiras, apenas o Bradesco e o Itaú não informaram as taxas praticadas na modalidade de crédito. Nos outros cinco bancos, os juros cobrados na modalidade podem variar entre 5% ao ano a até 38% ao ano.

A linha CCSBPE da Caixa é a que tem o menor juro, de 0,41% ao mês, enquanto a linha Crediário/Construção do Banco do Brasil cobra taxas de até 3,17% ao mês pelo financiamento.

Taxas de juros menores são cobradas, em geral, quando o banco pede o imóvel como garantia do empréstimo. Além disso, quanto menor o prazo do financiamento, maiores as chances de obter uma taxa reduzida.

O Pan e o Banco do Brasil financiam até 100% do valor da obra. Porém, ambos exigem um valor mínimo para contratação do empréstimo, e o Pan limita o crédito a um porcentual do preço do imóvel.

O pagamento das parcelas pode ser feito em até 30 anos, como no caso da Caixa, mas o prazo médio é de até cinco anos.

O valor do empréstimo para reforma da casa pode ser creditado na conta do correntista ou o cliente pode utilizar a linha especial ao obter um cartão específico.

Se a opção for pelo crédito em conta, o cliente pode escolher as lojas e o prestadores de serviços de sua preferência. O banco somente pode exigir documentos, como notas fiscais, que comprovem que as despesas estão relacionadas à obra. A regra impede a contratação de trabalhadores autônomos que não emitem nota fiscal.

Caso o imóvel seja dado como garantia, o crédito pode ser utilizado para qualquer finalidade, pois a linha não tem finalidade específica. Esse tipo de empréstimo é também conhecido como Crédito com Garantia de Imóvel (CGI) ou refinanciamento de imóvel.

Na forma de cartões, o uso do valor pode ser permitido apenas em lojas credenciadas pelo banco.

É o caso do Construshop do Itaú, que pode ser utilizado em 148 mil lojas credenciadas no Brasil que podem ser consultadas no site do banco; e do Construcard, da Caixa, que pode ser usado em cerca de 80 mil estabelecimentos credenciados no país.

No Crediário/Construção do Banco do Brasil, ligado ao cartão Ourocard, o cliente pode optar pela loja que desejar. Porém, consegue obter mais facilidades de pagamento em estabelecimentos conveniados, que também estão disponíveis para consulta no site da instituição financeira.

Contratação deve ser feita com cautela

Antes de optar pela linha de crédito, é necessário verificar a taxa de juro cobrada e o Custo Efetivo Total (CET) da operação, que mostra o valor final do empréstimo, incluindo o preço de seguros e taxas adicionais.

De acordo com Marcelo Prata, diretor do Canal do Crédito, site que compara linhas de financiamento, dependendo do custo da taxa, pode valer mais a pena contratar outra modalidade de empréstimo.

Prata explica que o financiamento da reforma, em geral, é uma linha de crédito pessoal que tem a reforma como chamariz e oferece algumas facilidades exclusivas. Ou seja, irá cobrar as taxas médias dessa modalidade.

O proprietário do imóvel pode pagar juros de 4% a 5% ao mês nos grandes bancos quando um trabalhador público, por exemplo, conseguiria obter taxas mais reduzidas se optasse pelo empréstimo consignado, no qual as parcelas são descontadas do salário”, diz o diretor do Canal do Crédito. 

As exceções são as linhas que exigem o imóvel como garantia do pagamento. “Esse tipo de crédito permite obter um valor maior de empréstimo, alongar o prazo para pagamento das parcelas e, ao mesmo tempo, obter taxas de juros menores”.

É necessário, porém, disciplina financeira para impedir que o banco tome o imóvel, caso o proprietário não consiga pagar o empréstimo.

Também é necessário considerar custos adicionais com seguros que podem ser exigidos pelo banco nesses empréstimos, como os seguros de Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos ao Imóvel (DFI), que também são cobrados nos financiamentos de imóveis convencionais.

O CGI ainda inclui custos cartorários que representam, em média, cerca de 1% do valor do imóvel. As despesas são necessárias para registrar o empréstimo e atestar que o proprietário concede ao banco a unidade como garantia de pagamento

Antes de contratar linhas de crédito para financiamento da reforma, é recomendável ter uma reserva financeira equivalente a 30% do valor do empréstimo. “É comum que reformas tenham custos imprevistos”, diz Prata. “Caso não consiga pagar as parcelas do financiamento, o proprietário do imóvel pode ter de pagar multas e juros a mais”.